"Devemos chorar as pessoas à nascença, e não aquando da sua morte."
Autor: Montesquieu
quinta-feira, 31 de julho de 2008
O Palácio da Ventura
Sonho que sou um cavaleiro andante.
Por desertos, por sóis, por noite escura,
Paladino do amor, busco anelante
O palácio encantado da Ventura!
Mas já desmaio, exausto e vacilante,
Quebrada a espada já, rota a armadura...
E eis que súbito o avisto, fulgurante
Na sua pompa e aérea formosura!
Com grandes golpes bato à porta e brado:
Eu sou o Vagabundo, o Deserdado...
Abri-vos, portas de ouro, ante meus ais!
Abrem-se as portas d'ouro com fragor...
Mas dentro encontro só, cheio de dor,
Silêncio e escuridão - e nada mais!
Antero de Quental
Por desertos, por sóis, por noite escura,
Paladino do amor, busco anelante
O palácio encantado da Ventura!
Mas já desmaio, exausto e vacilante,
Quebrada a espada já, rota a armadura...
E eis que súbito o avisto, fulgurante
Na sua pompa e aérea formosura!
Com grandes golpes bato à porta e brado:
Eu sou o Vagabundo, o Deserdado...
Abri-vos, portas de ouro, ante meus ais!
Abrem-se as portas d'ouro com fragor...
Mas dentro encontro só, cheio de dor,
Silêncio e escuridão - e nada mais!
Antero de Quental
domingo, 20 de julho de 2008
sábado, 12 de julho de 2008
Frases...
"Normalmente, convencem-nos com mais facilidade as razões que nós próprios encontramos do que as que vieram ao espírito dos outros."
Autor: Blaise Pascal
Autor: Blaise Pascal
quinta-feira, 10 de julho de 2008
Republicações...
Resolvi republicar este texto, porque há temas que são recorrentes(em conversas de café), não estou a falar do programa de tv, mas sim da personagem controversa que foi Salazar e o seu regime. Isto sintetiza um pouco do que penso sobre essa personagem da história e o seu tempo, apesar de falar também dos outros nomeados.
«Soube-se ontem o resultado do programa d'Os Grandes Portugueses.
O escolhido foi António de Oliveira Salazar, o antigo presidente do conselho, que durante quase 40 anos dominou os destinos do nosso país.
Ao que parece a "eleição" gerou grande celeuma, por um lado a esquerda toda a criticar a escolha, por outro lado alguns revivalistas do Estado Novo a aplaudir a escolha, e ainda a grande maioria,os defensores do "politicamente correctos" que para aí há, a mostrarem desprezo quer pelo concurso, quer pelo seu resultado, mostrando-se assustados ou horrorizados com a suposta ignorância dos Portugueses, só porque não votaram nos que para eles próprios seria o "grande" português.
Sobre Salazar há apenas que dizer que foi o governante do nosso país ao longo de décadas, e como tal, tem as responsabilidades de quem governa, e é por isso ou aplaudido ou criticado pelas pessoas. Além disso como todos os governantes tem coisas boas e coisas más, é uma questão intra-subjectiva a valoração que há a fazer das actuações dos governantes, Salazar não era nem pior nem melhor governante que D. João II, no entanto há-que relativizar tendo em conta o factor tempo. Salazar, a meu ver padecia de um mal, mal esse que inquinou a sua governação, e a visão que dela temos, faltava-lhe espírito de modernidade, consciencialização que era necessária uma abertura económica do país para desse modo criar mais riqueza e mais emprego; necessidade de uma avaliação á luz do séc.XX que permitisse resolver de forma equilibrada os problemas do ultramar, de modo a que tanto nós quanto eles ficassem a ganhar. Essa consciencialização apenas apareceu, e só em termos económicos em plena década de 60, onde se assistiu a alguma liberalização, que resultou em taxas de crescimento económico com 2 dígitos, algo que só poderíamos imaginar nos dias de hoje.
No entanto há aspectos positivos da governação salazarista, que são hoje muitas vezes propositadamente esquecidos, em primeiro lugar as estabilidade politica e social que nos deu os primeiros anos do regime, acabando-se com intervenções militares no governo, enfim, mini-revoluções quase semanais; e por arrasto a estabilidade social e económica; controlo financeiro equilibrado, transformando o défice crónico do país, em poucos anos de governação em superavit; a habilidade diplomática durante a 2º guerra mundial, que permitiu por um lado a neutralidade portuguesa, e por outro a espanhola, que caso contrário muito provavelmente traria a guerra á península Ibérica, e muito provavelmente a Portugal;etc...
Como se viu há coisas boas e coisas más em Salazar, mas dos "elegíveis" no programa, quem é que só tinha coisas boas na sua biografia? Se calhar só o Aristides de Sousa Mendes, e mesmo assim não sei...
Pessoalmente, digo, o meu "Grande Português" era o Marquês de Pombal, tive bastante pena do seu penúltimo lugar...
Para mim o resultado seria este...
1º Marquês de Pombal
2º D. João II
3º Salazar
4º Infante D. Henrique
5º D. Afonso Henriques
6º Vasco da Gama
7º Camões
8º Fernando Pessoa
9º Aristides de Sousa Mendes
10º Álvaro Cunhal»
«Soube-se ontem o resultado do programa d'Os Grandes Portugueses.
O escolhido foi António de Oliveira Salazar, o antigo presidente do conselho, que durante quase 40 anos dominou os destinos do nosso país.
Ao que parece a "eleição" gerou grande celeuma, por um lado a esquerda toda a criticar a escolha, por outro lado alguns revivalistas do Estado Novo a aplaudir a escolha, e ainda a grande maioria,os defensores do "politicamente correctos" que para aí há, a mostrarem desprezo quer pelo concurso, quer pelo seu resultado, mostrando-se assustados ou horrorizados com a suposta ignorância dos Portugueses, só porque não votaram nos que para eles próprios seria o "grande" português.
Sobre Salazar há apenas que dizer que foi o governante do nosso país ao longo de décadas, e como tal, tem as responsabilidades de quem governa, e é por isso ou aplaudido ou criticado pelas pessoas. Além disso como todos os governantes tem coisas boas e coisas más, é uma questão intra-subjectiva a valoração que há a fazer das actuações dos governantes, Salazar não era nem pior nem melhor governante que D. João II, no entanto há-que relativizar tendo em conta o factor tempo. Salazar, a meu ver padecia de um mal, mal esse que inquinou a sua governação, e a visão que dela temos, faltava-lhe espírito de modernidade, consciencialização que era necessária uma abertura económica do país para desse modo criar mais riqueza e mais emprego; necessidade de uma avaliação á luz do séc.XX que permitisse resolver de forma equilibrada os problemas do ultramar, de modo a que tanto nós quanto eles ficassem a ganhar. Essa consciencialização apenas apareceu, e só em termos económicos em plena década de 60, onde se assistiu a alguma liberalização, que resultou em taxas de crescimento económico com 2 dígitos, algo que só poderíamos imaginar nos dias de hoje.
No entanto há aspectos positivos da governação salazarista, que são hoje muitas vezes propositadamente esquecidos, em primeiro lugar as estabilidade politica e social que nos deu os primeiros anos do regime, acabando-se com intervenções militares no governo, enfim, mini-revoluções quase semanais; e por arrasto a estabilidade social e económica; controlo financeiro equilibrado, transformando o défice crónico do país, em poucos anos de governação em superavit; a habilidade diplomática durante a 2º guerra mundial, que permitiu por um lado a neutralidade portuguesa, e por outro a espanhola, que caso contrário muito provavelmente traria a guerra á península Ibérica, e muito provavelmente a Portugal;etc...
Como se viu há coisas boas e coisas más em Salazar, mas dos "elegíveis" no programa, quem é que só tinha coisas boas na sua biografia? Se calhar só o Aristides de Sousa Mendes, e mesmo assim não sei...
Pessoalmente, digo, o meu "Grande Português" era o Marquês de Pombal, tive bastante pena do seu penúltimo lugar...
Para mim o resultado seria este...
1º Marquês de Pombal
2º D. João II
3º Salazar
4º Infante D. Henrique
5º D. Afonso Henriques
6º Vasco da Gama
7º Camões
8º Fernando Pessoa
9º Aristides de Sousa Mendes
10º Álvaro Cunhal»
quarta-feira, 9 de julho de 2008
domingo, 6 de julho de 2008
Imagens...
Eugène Delacroix, La Liberté guidant le peuple(1830)*Está a ser transmitida na RTP2, aos sábados de manha, uma série de documentários sobre pinturas famosas e seus pintores, THE PRIVATE LIFE OF A MASTERPIECE.
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